3 poemas de André Luiz Menezes de Morais

Starry night
céu de faíscas
brilhando jaz
uma lua solitária
inspira
os amantes ao plenário
do amor
se pudesse nem escolhia
o brilho
desapareceria
no nãocosmo
partícula escura orbitando
                                inciência
                                e vazio
Soy Gigante, Ana Yael 2015
Ter sido bem-vindo
ao mundo adulto
não me fez bem
havia uma placa
bem clara
como céu sem nuvens
à tarde
(alguém a fixou
quando)
dizia
nada mais
de trevas
apenas luz
do meio-dia
por esse clarão
perdi o que não sabia
e do que agora sei
não sei bem o que fazer
a bigger splash, David Hockney
 
 
Você olha para tudo
que conquistaram: casa
em condomínio fechado
esposa loira e milimétrica
crianças de olhos claros
(gêmeos, verdes)
e emprego bom o suficiente
para adestrar a engenharia
de classe e fixar os sorrisos
na fotografia
Para você sempre ficou
o pior de tudo: estantes
com livros mortos
(limbo, limo)
abismos o aforismo
mudo dos doidos
os círculos infernais
a língua sobre a língua sobre a
língua
e o dilema do EXIT vermelho
Veja bem
este mundo
o abandona
na encruzilhada entre o fim
e uma canção
sem voz
 
 
André Luiz Menezes de Morais mora em S. J. do Rio Preto. Estuda a poesia de Adília Lopes. A família, a namorada, os animais e as plantas são suas paixões. Apesar da vida e da poesia, acredita que o melhor para a humanidade é a extinção da espécie humana.

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