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Ilustração: Richard/deviantART |
as gaivotas tracejam rotas
fluídas de peixes
fluídas de peixes
eu adormeço no pulo.
***
catar dos poros
o desleal e furioso
ataque
deixar secar na grama
a alma úmida,
os pés
[inchados de desesperança]
até fazerem-se
brancura e sanidade,
o desleal e furioso
ataque
deixar secar na grama
a alma úmida,
os pés
[inchados de desesperança]
até fazerem-se
brancura e sanidade,
os corpos luminosos.
***
poeira nos olhos
escuro relâmpago
um dó sustenido
da vida
escuro relâmpago
um dó sustenido
da vida
esta que agora preciso
reinventar
reinventar
[360º de giro
um nó em pescoço de girafa]
um nó em pescoço de girafa]
Vássia Silveira é jornalista, escritora e Mestra em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina. Autora de Febre Terçã (2013), Indagações de ameixas (2011), e dos infantis Quem tem medo do Mapinguari? (2008) e Braboletas e ciuminsetos (2007). Integra a antologia de poesia Blasfêmeas – Mulheres de Palavra (2016) e é uma das autoras do Balaio de ideias (2007). Tem crônicas, poemas, traduções e ilustrações publicadas.