4 poemas de Decio Romano


Conta uma história antiga

No reverso
Mais profundo
Um abismo
Gira mundo.

Faz lembrar uma cantiga

Cata-vento
Assovia
Cada vez
Que rodopia.

*

Bailarina rodopia
Mas ela não é um pião.
Ela rodopia uma canção.



Pássaros tirados
Da imensidão da tarde
Trinam na gaiola

Melodias de saudade.

Todavia libertos
Consumiram rosas, jasmim
Banharam na fonte.

Em pleno jardim.

A solução foi
Colocar as flores presas
Nas tristes gaiolas.


Pandemia

Lá vem a peste
Vestida de bruxa

Montada na besta
Invadindo as ruas.

Lá vem a peste
E só traz delírios

E tudo que resta
É fugir do vírus.


Ilustrações: telas de Carlos Zemek
Movimentos do Tempo e do Espaço
A planície proibida


DECIO ROMANO começou nas letras publicando poemas nos jornais e murais, em Curitiba, a partir da década de 1970. Concluiu o curso de Contabilidade em 1980, pela Associação Curitibana de Ensino. Casou-se em 1984 quando estudava Ciências Sociais na PUC/PR. Estudou comunicação social – jornalismo na Universidade Tuiuti do Paraná, curso que concluiu em 2002. Neste mesmo ano foi contemplado com a publicação do primeiro livro, Os Bosques Encantados de Vrindávana, pela Editora Oficial do Estado, poema que participou do Concurso Helena Kolody. Outros livros do autor: A Lenda de Bédalo, Rua das Flores, Sayonara e outros contos, Poema Voluntário e Respostas dos Arcanos do Tarô. Participou de uma vintena de antologias. Venceu concurso de Rima Jotabê na Espanha em 2015 e se tornou embaixador da forma fixa do poema Jotabê no Brasil.

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