Felipe Stefani é artista plástico, poeta e fotógrafo. Nasceu em São Paulo, em 1975, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Ilustrou o cartaz do filme Deserto, do diretor Guilherme Weber, e diversos livros de poetas e escritores, como Marco Catalão, Wladimir Saldanha, André Setti, Jorge Elias Neto e a prêmio Nobel Herta Müller, entre outros. Como poeta, publicou O corpo possível (Coletivo Dulcinéia Catadora, 2008), Verso para outro sentido (Escrituras Editora, 2010). Dialéxico (Editora Terra Redonda, 2019) e Voo, amasso, abismo (Editora Tamuatá, 2024). Dá aulas de desenho livre para adultos e crianças desde 2008.
Uma resposta
Traços que comprometem sem dizer para onde vão, de onde vêm; linhas que riscam a sustentação mental enviando para o campo de visão formas inconclusas e contínuas. Este meu campo de visão inaugura formas, mas não tenho a menor autoridade para o que vejo; minha falta de técnica, de alguma formação em artes visuais me deixam viver para além do que vejo, pois, não planejando, tenho a coragem mais minha. Quando digo que traços são traços, estou com um sentido de viver porque não sei desenhá-lo, analisá-lo. E se soubesse, que garantias eu teria? Meus traços não são também deliberados, estúpidos? Pois que venham desenhos, imagens, fotografias para eu viver bem minha pouca inteligência, minha ignorância reveladora, o desenho de mim mesmo.