2 poemas de “Pulsares” de Maurício Régis

 

CONTRAGOSTO

 

Peço-te licença, por favor!

Penso em falar o que fala

O sentimento sem rancor,

Isso tudo é uma mala.

 

Tudo que diz curioso,

Não se cumpre a promessa,

É um bem manhoso

Nem estúpida, nem grossa.

 

Acorda o acorde,

O assobio solfejado,

Não ladra, não morde,

Eis o cão enraivado.

 

Raivoso e distinto o temporal,

Essa metamorfose sensata.

Tudo acinzentado, sensacional,

Perceptiva falha ingressada.

 

 

HÁ UM SEGUNDO

 

O pátio quieto

Sem um pé de gente.

E eu prostrado,

Curioso a dialogar

Com a tinta preta da caneta.

 

A funcionária invadiu

O quadro da tela branca

E exalou todo o álcool.

Esse nariz, coitado!

Fez-se de vítima atolado

Por causa da inalação imprecisa.

 

Uma senhora simpática

Apagara uns riscos,

Usando o úmido pano

E um tecido fino.

 

Além das paredes,

Médias vozes confusas,

Romperam-se o esquecido sossego,

Abusando das fusas e semínimas.

Algazarras, bravuras,

Falas excêntricas e excelsas!

 

Não permanece mais a ermo,

A horizontal e a verticalização,

Converteram-se num grande casulo

De versos afins e de prosas plurais.

 

Baiano, de Camassandi, Maurício da Silva Régis é professor normalista, Técnico em administração, poeta, pensador, músico, acadêmico, cronista.  Cursou Produção Textual e Editoração Eletrônica de Revista, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA); possui a Formação de Jornalismo e Empreendedorismo Digital promovida pela Conexão Lusófona e participou do 1º Encontro Literário Internacional Virtual “Dia Mundial da Palavra-2020” Hermandad Rosa Blanca.

 

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