Quatro poemas de Carlos Alberto Gramoza

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CONTRASTE
 
Sento na beira do mar
Infinito verde do mar
Mas não o bastante pra compensar
A ausência dos teus dois olhos claros e amigos
Como esse copo com água não mata minha sede
Confortado não me deixa
Como essas palhas em convulsões prazeres com os ventos
Em uma só realidade transforma as de todos os rios
Mas entre nós outras são as diferentes realidades de cada qual
Com as suas ondas em constantes choques
Uns e outros se exterminando
Ao outro igual não se pode ser
Amar devemos as nossas diferenças
Como ama o mar a lua cheia
Rios de diferentes cores e tamanhos
Como as verdes convulsas verdes palhas nos ventos de prazeres
Obstinados como as ondas
De irmanadas mãos
Nos pulsando em alivio e suave nosso sofrido coração

 

 
 
CONFLUÊNCIA
 
Confundidos essas folhas e ventos
E nos lábios estampados sorrisos
Por dentro o assanhar
Revolver remover
Desenho
Mútuo amor
Entrego a ele
Corações e veias aquecidos
Incendiados por essa acesa flor
Formados um sem fim de mar
E sem ondas
Num encontrar de sorrisos
Desaguar de paz inevitável contágio pelo mundo
Como da vida rouxinóis e epinícios

 
 

 
PORFIAS
 
Insurgentes baques de ondas
Chegam até a mim
Tornadas em oceanos de porfias
Do fundo do fundo do seu fundo
Sai a escuridão vestindo o dia
Chuva torrencial
Tira a noite da lua
Das estrelas
Olhos embaciados de realidade espinhosa crua
De minguadas esperanças
Feito o sol
Querer dos seus olhos a luz
Do teu sorriso crescer
Ondas Insurgentes
Varridas dos quatro cantos do mar
Dia permanecer em estar sol
 


 
 
LUZ OPORTUNA
 
Raiando nesses escuros
ser quero essa claridade
do sol, ser a luz nos olhos,
ser o vento que de volta
traz os sorrisos
azuis de lucidez.
Do céu quero ser
desanuviados pensamentos,
um inesgotável veio
de um somar afluentes
sentindo o bom de se dar as mãos.
Ser quero em suas interpretes
Rios salubres
de venturas permanentes nascedouros
do mar, das suas ondas as obstinadas
com a abertura de Fogo-Apagou
Alvoradas de rouxinóis
 

 
 



Carlos Alberto Gramoza é poeta nascido em Amarante (PI) e radicado em Teresina (PI). É autor de Tempos Perplexos, Passos Oblíquos, Ressacas, Escambo  e Terramor e outros poemas (no prelo).

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