
Índia – Terra milenar do Hinduísmo, de textos sagrados que incluem os Vedas, os Upanishads, o Bhagavad Gita, o Ramayana e o Mahabharata.
Terra do Príncipe Gautama que se tornou iluminado.
Terra do rei Asoka, que se tornou pacifista.
Terra do poeta Calidaça, do período Gupta, de sublimes versos, e do grande escritor humanista Tagore, ganhador do Nobel.
Terra da Satyagraha ( Força da Verdade ), incorporada na filosofia da não violência e nas ações de Mahatma Gandhi.
E Terra de Satyajit Ray, um dos grandes cineastas do Século XX, famoso no mundo todo por seus filmes de rara beleza e humanidade.
Satyajit nasceu no dia 2 de maio de 1921, na cidade de Calcutá, numa família bengali proeminente no mundo das artes e letras. Começando sua carreira como artista comercial, Ray foi levado ao mundo do cinema após se encontrar com o cineasta francês Jean Renoir e pelo toque profundo e inspirador do filme neorealista italiano Ladrões de Bicicleta, visto durante uma visita a Londres.
Prolífico e versátil, Ray dirigiu 37 filmes, incluindo documentários e curtas. O primeiro filme de Ray, Pather Panchali, ganhou 11 prêmios internacionais, incluindo “Melhor documentário humano” no Festival de Cannes. Junto de Aparajito e Apur Sansar, o filme forma a “trilogia Apu”, vista por muitos como a obra máxima de Ray. Vale ressaltar também o filme A Sala de Música, que traz a música clássica indiana com memoráveis performances.
Trabalhou ainda extensivamente em diversas funções, incluindo roteiro, elenco, trilha sonora, fotografia, direção de arte, edição e confecção de seu próprio material publicitário. Além de fazer filmes, foi um autor de ficções, editor, ilustrador, designer gráfico e crítico de cinema. Ray recebeu muitos prêmios importantes em sua carreira, incluindo 32 prêmios nacionais de filmes da Índia, uma série de prêmios no Festival Internacional de Cinema e um Oscar em reconhecimento ao seu trabalho em 1992, ano de seu falecimento.
O icônico fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson esteve na Índia para fotografar os últimos dias de Gandhi, e fez belos registros do quotidiano desta terra, unindo em sua arte a rica tradição à vida contemporânea, com sua particular modernidade, suas contradições, sua energia, sua simplicidade. Tal foi também a experiência de Ray, que resgata tradições, mas retratados no fluir do presente, banhado pela limpidez de sua poesia estética e de seu amor pelo humano, com suas complexidades, sua força, sua ancestralidade e seu desejo de plenitude. Tudo isto numa Índia que pelo seu olhar se torna sempre atemporal. Se torna sempre viva, humana, poética e universal.
Andrey Luna Giron é poeta, músico, maestro, artista plástico, fotógrafo e budista. Tem 5 livros publicados de poesia – Cósmicas pela editora Protexto, Claritas, Mistério Aceso, Do Fundo Da Palavra e Terra Celeste pela editora Insight. Participou das Coletâneas 100 Anos da Semana de Arte Moderna e Amazônia em Prosa e Verso da AIAP Brasil. Gravou CD de música clássica contemporânea com composições próprias com o grupo Ethos Fractallis realizando concerto de lançamento no Museu Guido Viaro e distribuído nas mediatecas de Paris. Fez trilha sonora para cinema e tem várias composições orquestrais e para piano. Trabalha no Museu Guido Viaro onde faz recepção, monitorias e palestras semanais sobre cinema no Cineclube Espoletta deste Museu.
