ADRENALINA – JANDIRA ZANCHI


para além do fogo
                                tua anágua de poliéster
e flor
ramagens usadas nas
pequenas serestas (não rimar com dor)
fronteiras maciças de
muito vácuo (variante de luz/esquadro de pontas/cor)
matéria prima ritmada ao
alcance do sonho vislumbrada quase arquejante
pelo meio da tarde
fronteira e santificada
nessas ombreadas e coisificadas
rezas do vagar
vaga-lume vagaroso
vital        entre lugares a memória
deriva e esquece
o trinado do violino
quase impune (ainda mágico) ainda virgem
de terra entre umbrais e
líquidas esperantas na cabeceira (cabala e límpida)
do momento zero – só partido
onírico e difuso
espumante na cauda das
primeiras ramificações da ordem e da
ordenança (essa a
esperança)
um breve manejo no
mosaico e a beleza adere à melhor ordem
corre o rio em fio de
ar     astuto
armado
adrenalina vasta no pulsar
de um vestígio.


JANDIRA ZANCHI

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