Jandira Zanchi é a poeta da perfeita fusão da sabedoria poética subjetiva com a realidade e concretude objetiva, pois que sua linguagem provém da fonte inesgotável da vida, vida de unicidade do mundo interior e exterior. A perspectiva de seu mundo interior, de sua subjetividade se reflete no mundo externo como espelho de multiplicidade transbordante e o canal de ligação , tal como uma glândula pineal que em seu cristal recebe a luz externa e a transmite aos sentidos vitais, é sua linguagem que doa as infiltrações de vivências e em seu receptor poético alastra sua torrente de formas, conduzidas, transformadas e transfiguradas em criações, tornando a língua um pulsar vívido, translúcido, repleto de forças estéticas autônomas e significantes que fazem brotar a sensação que, sem excluir a racionalidade, a ilumina e eleva ao senso da comoção da arte . Aqui a natureza se faz individual, única, mas que abraça o espaço vital que a permeia, tocante tal como a mágica característica dos pássaros: sua volatilidade.
O Vapor da Noite traz mistérios que se acendem, seus poema surgem do ventre da noite, em seus vapores, mas neles também o mistério do dia se revela, ambos ali, dia e noite, morte e existência, dor e alegria, o poema e o silêncio entre um poema e outro, paradoxos que se unificam nesta obra, que termina também com um silêncio a espera do próximo. Assim o tempo do Vapor da noite, diluído e apreendido em fortes belezas que são momentos doados de redenção.
Andrey Luna Giron, nascido em 1971 em Curitiba. Formado em Pedagogia. Publicou em 2009 o livro Cósmicas de poemas pela editora protexto. Faz palestras semanais em debates no Cineclube Espoletta do Museu Guido Viaro. Atua como maestro e compositor, tendo escrito para trilhas sonoras de cinema. Fez exposições de pinturas em diversos espaços em Curitiba. Proferiu palestras sobre música e filosofia em instituições de Curitiba como a Santa Casa e o Museu Guido Viaro onde ministrou cursos de História da arte, música e filosofia.