Em nome do Ar
dos santos
Ámen!
A lançar lembranças
No mira mar
Um santo em seu santuário
Sem crentes nem 10contentes
Da pobreza veio
e nela voltará.
Era arcanjo
Servo fiel de deus
Depois rebelou-se
E santodiabo ficou
“ILHA PROIBIDA”
E eu entregar-te-ei o meu néctar.
E eu dar-te-ei a minha maçã.
E eu entregar-te-ei as minhas trevas.
E eu dar-te-ei o meu mar.
E eu entregar-te-ei o meu falo.
E eu dar-te-ei o meu paraíso.
A mim disseram deus
Zeus Eus
Na terra
O marulhar
De ca dàmar
T
A
A M O
B
É
M
S S
E O
N U
H T
O E
R U
Povo
Para os meus dedos
Silêncio de barulhos
Se me corrói
Cores de rosas
Perfumam o meu imo
Ou se recrio
Luzes
Na infinitude do nada
A noite que jaz na minhàlma é preta
Na minhàlma que já é a preta noite
A preta noite na minhàlma jaz
Zummmmmmmmm
Fiommmmmmmmm
Zemmmmmmmmmm
Traz-me luz
de luci dez
“ARCABOUÇOS”
Sou eu ca ído no lixo
De roupas rasgadas
A exibir o meu mastro
[perante caminhandantes
De que me vale ver-vos passar por mim
De matina em matina
Mugimbandando
Cantando
Correndo
Negaram-me ambas
Sou um ser 10ser
De cara amarfanhada
De olhos de cor de ginguenga
Transformei-me num nefelibata
Vejo deus e deuses
Anjas e anjos
Banalizei as doenças
Se nem deus me conhece?
Um bouquet de rosas para ti
Um bouquet de rosas vermelhas
Para alegrar as tuas manhãs
Que desde a tenra idade
Só mágoas conheceram.
Eu dou-tas hoje
Porque passei e sei o que passaste,
Dou-tas, porque eu já não sou aquele
que espera, sou aquele de quem muito se espera.
Um bouquet de rosas da cor do arco-íris
Para mostrar que és diva
Para dizer ao mundo:
AQUELA NEGRA É MINHA MÃE!
I
Tic tac tic tac
Teu ser é música
onde os meus dedos
O meu ar
E meus ouvidos penetram frenetica mente.
II
Tic tac tic tac
Em cada teu gemer
Atinjo longas notas
Fonemas se me adentram
E componho acordes musi cais.
III
Tic tac tic tac
Na minha vida és mi-imbu
Acordo e lembro dos teus seios de marimba
Das tuas pernas de dikanza
Dos teus lábios de reco-reco
Das tuas ancas de pwita.
IV
Tic tac tic tac
Teus orgasmos
São passadas de semba
Teu calor é kizomba
E os teus choros são ba-tu-ques
Que martirizam os meus ouvidos de kissanje.
Tic tac tic tic
Sou teu luar nu
Tronco da tua árvore
E faço do nosso amor uma mel-o-dia
Tic tac tic tac
Trim…
“MI-IMBU DO AMOR”
Em Pasárgada fui amigo de reis e rainhas
Bebi do cálice dos triângulos escondidos
Nos vestidos de musas
Mas faltava uma noite e dia
De cu duro como as pedras de cá lá (n)dula.
Voltei de Pasárgada qual Galaaz
Pois se me vinham fonemas dessa pátria
Da cor do pirão
Da takula
E do lowengo.
Essa pátria de deusas:
mu kubal
Ba kongu
Tu cokwe
E criou las.
Man-du-me no kwanza dess’Angola
Ó Angola, Angola yame
Para Pasárgada não volto!