NAUS: Jandira Zanchi

Ilustração:  Caras Ionut

estrita ciência de tempo e limite
tão estreita quanto vagarosa
especula realidade aonde o jato de um sonho
de um acaso
desse desenho em arco aberto e pronunciado
pelos fados marcados do dia ilusório
(cercado por tanta noite)
é um prenuncio um marco
um narco ou quase androide
desse humano farto e favorecido
pelas contagens em que se espreme
de invisíveis alvos (calvos e carcomidos
de suas frágeis maresias nas naus vãs de cada tempo)
 
enquanto vagam os vaga-lumes 
as luzes ampliadas dos círculos de recomeços e
tropeços

e avessos e avestruzes
essas nuvens e seus barcos ao ar largados
 
sem síntese ou sintéticos – estendemos sem ancoras e
bússolas as andaluzias de nossos momentos.

JANDIRA ZANCHI

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