Como tudo começou? Como alguém chegou tão longe? Quando o dia sucedeu a noite, um segredo desmontou um vilarejo, cadenciando e cuidando, terá sido assim? Sucedeu – se dessa maneira? Um dia antes do fim, começando retrocedendo, confessando-se no conto, aceitou um pensamento, semente de crônica, clonado no intervalo do vento bambolento?
Seja metáfora, mentira chafurdada, o garoto minguou para um mundo silencioso e alheio, onde o sol parece que foi escanchado no céu delgado, as nuvens foram varridas, o calor pega um resfriado espirrando nas horas cotidianas, flores são pássaros que brotam com um erguer de ombros, nesse lugar, as bobagens alçam vôo pintando de alegria as praças colorindo os velhinhos. O garoto vive brincando com suas dúvidas, todo dia se perde contando os dedos, muito provavelmente seus brinquedos brincam com o seu coração e na casa de amêndoa suspira sua oração plantada ao pé da roseira beijada por engano pelo lerdo que tencionava beijar uma flor.
Claudio Castoriadis