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Ilustração: Dora Maar |
POMAR
aceito o acento
averbado entre deus (quase maiúsculo)
e seu refrão de pulso pulsante
– avante –
vértice vertical (quase estrangulado)
abrindo e estendendo outro Sol
principia a viagem para um pomar
– impávido – de pássaros.
POMAR
acepto el acento
anotado entre dios (casi mayúsculo)
y su refrán de pulso pulsante
– Adelante –
Vértice vertical ( casi estrangulado)
abriendo y estirando otro Sol
principia el viaje para un pomar
-impávido de pájaros –
SISOS
…quase todos os instantes do dia
ocupados em desfazer as pistas
ocupados em desfazer as pistas
das grandes vertigens
dos alpendres de muitas fases
dos minúsculos pormenores dialogados
enfrentados na tábua rasa dessa empáfia
oscilante e deslizante
comemorada em sisos e risos
eloquentes
disparados ao sol e ao sul — de mim…
JUICIOS
…casi todos los instantes del día
ocupados en deshacer las pistas
de los grandes vértigos
de los cobertizos de muchas fases
de los minúsculos pormenores dialogados
enfrentados en la tabla rasa
de esta soberbia
oscilante y deslizante
conmemorada en juicios y sonrisas
elocuentes
disparados al sol y al sur de mí
REDENÇÕES
razoáveis distancias
ferem-me os olhos
avançadas nas sombras
suínas e
dóceis
codificadas na mortífera
sina cenáculo de azul
poroso de paraísos
patíbulos puídos temerosos
do poente — vai vem desses tempos —
ferem-me os olhos
avançadas nas sombras
suínas e
dóceis
codificadas na mortífera
sina cenáculo de azul
poroso de paraísos
patíbulos puídos temerosos
do poente — vai vem desses tempos —
como o vento balouçamos em aragens e/ou piragens
universais no universo prana ou convexo
— côncavos para os desafetos —
desfeitos em partículas
ardidos de medos e desejos
REDENCIONES
Razonables distancias
me hieren los ojos
avanzadas en las sombras
porcinas y
dóciles
codificadas en la mortífera
suerte cenáculo azul
poroso de paraísos
patíbulos raídos temerosos
del poniente – vaivén de esos tiempos –
como el viento balanceamos
en frescuras o locuras
universales en el universo prana o convexo
cóncavo para los desafectos
ardidos de miedo y deseos
y…casi estrechando silencios y redenciones.
Jandira Zanchi é poeta e ficcionista e editora (Singularidade). Atuou no magistério no ensino de matemática e física em faculdades, colégios e cursos. No final dos anos 80 foi professora cooperante na Universidade Agostinho Neto – Faculdade de Ciências, Luanda – Angola. Em Curitiba, por cerca de dez anos, esteve na FAE – Bussiness School. Como poeta publicou Área de Corte (Editora Patuá, 2016), Gume de Gueixa (Editora Patuá, 2013), Balão de Ensaio (Editora Protexto, 2007). Integra o conselho editorial de mallarmargens revista de poesia e arte contemporânea.
Luciana Cañete é poeta, tradutora, intérprete e mãe. Formada em Letras Português/Espanhol pela UFPR e pós-graduada em Tradução pela Universidade Gama Filho. Tem um livro publicado Meu coração bate e às vezes me espanca (Multifoco, 2009) e poemas na antologia 29 de abril : o verso da violência (Editora Patuá, 2015) e na antologia de 5 anos do Jornal Relêvo, 2015 além de poemas publicados diversos sites e blogs.