3 poemas de Isabel Furini

Ilustração: Yana Dhyana
Castelo de cartas
 
Desmorona
o castelo de cartas dos sonhos
e se espalha
(arbitrariamente)
entre as rosas do jardim do tempo
e sobre as cidades dormidas
 
o resultado?
sobre as cidades chove poesia
 
enquanto os bêbados falam com as
gárgulas
o universo conspira
para que a Poesia
faça parte da alquimia da vida
humana.
 
 
INABALÁVEIS
 
Ontem vi meus sonhos
serem demolidos
 
mas meus sonhos
são flores murchas que desejam
renascer
e se negam a matar a esperança
 
no horário do ocaso
crocitam os corvos entre as fendas
do tempo
e meus sonhos renascem
no jardim do amanhã.
 
 
ALMAS QUADRADAS
 
E eles mudam suas roupas e suas palavras
vestem-se de reis, de mestres e de santos
andam pelas cidades
procurando o desinformado com mente quadrada
que se ache superior aos outros
para colocar ideias fechadas e criar barricadas
e promover guerras
 
os seres de alma quadrada odeiam… odeiam… odeiam…
fingem ter armas nas mãos impiedosas e se  acham santos
mas são demônios que tentam cercear a liberdade alheia
 
neste momento reinam as sombras
e nesta caverna que parece protetora
precisamos da luz da verdade sempiterna
– não das palavras que envenenam
 
é preciso que jorre o perdão
e que o coração seja enaltecido com a dádiva do amor.
 
 
 
Isabel
Furini 
é escritora, poeta, palestrante e educadora; seus poemas foram premiados no Brasil, Espanha e Portugal; é autora do livro de poemas Os Corvos de Van Gogh; Presidente da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia (AVIPAF) membro da Academia de Letras do Brasil/ PR, ;  Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha – 2015);  recebeu Comenda Ordem de Figueiró. Realizou recitais poéticos na 36a. Semana Literária do SESC & XV Feira do livro da URPR, e na Burlingame Public Library, USA.

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