na prece decorada em yorúba
pedi proteção em noites criminosas
traficando coca na janela
minha gaveta cheia de dinheiro
meu vício é o risco
emoldurei o decote daquela menina na imaginação
imaginei teu corpo faiscando sob a lua
com o tempo brincando em seus olhos
arquitetei planos maquiavélicos pra tirar tua roupa
vasculhei outros ventres
noutras madrugadas
em busca de não sei o que
nada achei
mascarei meus medos
e bêbado evito espelhos
refém de mim mesmo
sou uma garota down espiando o mundo pelo buraco da fechadura
pedi proteção em noites criminosas
traficando coca na janela
minha gaveta cheia de dinheiro
meu vício é o risco
emoldurei o decote daquela menina na imaginação
imaginei teu corpo faiscando sob a lua
com o tempo brincando em seus olhos
arquitetei planos maquiavélicos pra tirar tua roupa
vasculhei outros ventres
noutras madrugadas
em busca de não sei o que
nada achei
mascarei meus medos
e bêbado evito espelhos
refém de mim mesmo
sou uma garota down espiando o mundo pelo buraco da fechadura
esqueci temporais passageiros nas esquinas bordadas das putas do centro
eu vi deus pendurado em letreiros luminosos
tomei porres com garotas tristes
e viados chiques
chorei no carnaval com o cu cheio de ecstasy
trepei sem camisinha
atropelei um cão
fui vadio sob o sol do meio dia
fumando erva e desbicando pipas
blefei com sonhos e seios
com doses de veneno e vendavais
me afoguei em copos de cana
entre mandingas e besteiras contemplei bundas e sambas no escuro
com suor, sangue e cicatrizes pichei meu nome nos muros
lambi xoxotas com cheiro de flor
no sofá da sala
me perdi em caminhos obscuros
dos vícios
dos crimes
mas tive que me suicidar em setembro
foi meu jeito de prolongar a vida
pra festa não acabar
eu vi deus pendurado em letreiros luminosos
tomei porres com garotas tristes
e viados chiques
chorei no carnaval com o cu cheio de ecstasy
trepei sem camisinha
atropelei um cão
fui vadio sob o sol do meio dia
fumando erva e desbicando pipas
blefei com sonhos e seios
com doses de veneno e vendavais
me afoguei em copos de cana
entre mandingas e besteiras contemplei bundas e sambas no escuro
com suor, sangue e cicatrizes pichei meu nome nos muros
lambi xoxotas com cheiro de flor
no sofá da sala
me perdi em caminhos obscuros
dos vícios
dos crimes
mas tive que me suicidar em setembro
foi meu jeito de prolongar a vida
pra festa não acabar
tenho pavor desses dias normais
sem escândalos, lágrimas, apocalipses
ou suicídios
essas tardes mornas me causam tédio
preciso do veneno adulterado das garrafas de cachaça
das mandingas improvisadas
do desespero do sol
domingos de baile ou de futebol
tão chato esse horário de almoço
de jornal e esporte
sem a vingança de amor ou de morte
sem a alegria das drogas modernas
do transe psicodélico
balançando nas saias das morenas
essas noites monótonas fodem meus sonhos mais bonitos
como a rotina das relações monogâmicas
o mesmo sexo de todos os dias
quero o cheiro cego do perfume das madrugadas
intensas e emocionantes
como uma garota down
sempre prestes a transbordar
em meu peito há muita sombra e pouca luz
não me satisfaço com novelas e metades
desculpe pai
mas seu filho morto ainda esta no quarto
com o coração cheio de fogos de artifício e MD
bem longe do paraíso
sem escândalos, lágrimas, apocalipses
ou suicídios
essas tardes mornas me causam tédio
preciso do veneno adulterado das garrafas de cachaça
das mandingas improvisadas
do desespero do sol
domingos de baile ou de futebol
tão chato esse horário de almoço
de jornal e esporte
sem a vingança de amor ou de morte
sem a alegria das drogas modernas
do transe psicodélico
balançando nas saias das morenas
essas noites monótonas fodem meus sonhos mais bonitos
como a rotina das relações monogâmicas
o mesmo sexo de todos os dias
quero o cheiro cego do perfume das madrugadas
intensas e emocionantes
como uma garota down
sempre prestes a transbordar
em meu peito há muita sombra e pouca luz
não me satisfaço com novelas e metades
desculpe pai
mas seu filho morto ainda esta no quarto
com o coração cheio de fogos de artifício e MD
bem longe do paraíso

na prece decorada em yorúba
pedi proteção em noites criminosas
traficando coca na janela
minha gaveta cheia de dinheiro
meu vício é o risco
emoldurei o decote daquela menina na imaginação
imaginei teu corpo faiscando sob a lua
com o tempo brincando em seus olhos
arquitetei planos maquiavélicos pra tirar tua roupa
vasculhei outros ventres
noutras madrugadas
em busca de não sei o que
nada achei
mascarei meus medos
e bêbado evito espelhos
refém de mim mesmo
sou uma garota down espiando o mundo pelo buraco da fechadura
pedi proteção em noites criminosas
traficando coca na janela
minha gaveta cheia de dinheiro
meu vício é o risco
emoldurei o decote daquela menina na imaginação
imaginei teu corpo faiscando sob a lua
com o tempo brincando em seus olhos
arquitetei planos maquiavélicos pra tirar tua roupa
vasculhei outros ventres
noutras madrugadas
em busca de não sei o que
nada achei
mascarei meus medos
e bêbado evito espelhos
refém de mim mesmo
sou uma garota down espiando o mundo pelo buraco da fechadura
esqueci temporais passageiros nas esquinas bordadas das putas do centro
eu vi deus pendurado em letreiros luminosos
tomei porres com garotas tristes
e viados chiques
chorei no carnaval com o cu cheio de ecstasy
trepei sem camisinha
atropelei um cão
fui vadio sob o sol do meio dia
fumando erva e desbicando pipas
blefei com sonhos e seios
com doses de veneno e vendavais
me afoguei em copos de cana
entre mandingas e besteiras contemplei bundas e sambas no escuro
com suor, sangue e cicatrizes pichei meu nome nos muros
lambi xoxotas com cheiro de flor
no sofá da sala
me perdi em caminhos obscuros
dos vícios
dos crimes
mas tive que me suicidar em setembro
foi meu jeito de prolongar a vida
pra festa não acabar
eu vi deus pendurado em letreiros luminosos
tomei porres com garotas tristes
e viados chiques
chorei no carnaval com o cu cheio de ecstasy
trepei sem camisinha
atropelei um cão
fui vadio sob o sol do meio dia
fumando erva e desbicando pipas
blefei com sonhos e seios
com doses de veneno e vendavais
me afoguei em copos de cana
entre mandingas e besteiras contemplei bundas e sambas no escuro
com suor, sangue e cicatrizes pichei meu nome nos muros
lambi xoxotas com cheiro de flor
no sofá da sala
me perdi em caminhos obscuros
dos vícios
dos crimes
mas tive que me suicidar em setembro
foi meu jeito de prolongar a vida
pra festa não acabar
tenho pavor desses dias normais
sem escândalos, lágrimas, apocalipses
ou suicídios
essas tardes mornas me causam tédio
preciso do veneno adulterado das garrafas de cachaça
das mandingas improvisadas
do desespero do sol
domingos de baile ou de futebol
tão chato esse horário de almoço
de jornal e esporte
sem a vingança de amor ou de morte
sem a alegria das drogas modernas
do transe psicodélico
balançando nas saias das morenas
essas noites monótonas fodem meus sonhos mais bonitos
como a rotina das relações monogâmicas
o mesmo sexo de todos os dias
quero o cheiro cego do perfume das madrugadas
intensas e emocionantes
como uma garota down
sempre prestes a transbordar
em meu peito há muita sombra e pouca luz
não me satisfaço com novelas e metades
desculpe pai
mas seu filho morto ainda esta no quarto
com o coração cheio de fogos de artifício e MD
bem longe do paraíso
sem escândalos, lágrimas, apocalipses
ou suicídios
essas tardes mornas me causam tédio
preciso do veneno adulterado das garrafas de cachaça
das mandingas improvisadas
do desespero do sol
domingos de baile ou de futebol
tão chato esse horário de almoço
de jornal e esporte
sem a vingança de amor ou de morte
sem a alegria das drogas modernas
do transe psicodélico
balançando nas saias das morenas
essas noites monótonas fodem meus sonhos mais bonitos
como a rotina das relações monogâmicas
o mesmo sexo de todos os dias
quero o cheiro cego do perfume das madrugadas
intensas e emocionantes
como uma garota down
sempre prestes a transbordar
em meu peito há muita sombra e pouca luz
não me satisfaço com novelas e metades
desculpe pai
mas seu filho morto ainda esta no quarto
com o coração cheio de fogos de artifício e MD
bem longe do paraíso

depois de tudo seu sexo ainda me convence
independente da música, da droga
ou do dia da semana
você sempre volta pela porta da cozinha
sorrateira
confeccionando novos apocalipses
extorquindo tudo que tem dentro do meu peito
pregando sua fé por coisas mortas
disseminando mentiras e pecados pelas paredes de meu quarto
piranha
que odeia o verão
goza sempre na mesma posição
e encara o espelho sem medo do que pode encontrar dentro de seus olhos
fluorescentes de ácido de festas passadas
garota bonita
que nunca me beija na despedida
mas deixa seu cheiro na vista
independente da música, da droga
ou do dia da semana
você sempre volta pela porta da cozinha
sorrateira
confeccionando novos apocalipses
extorquindo tudo que tem dentro do meu peito
pregando sua fé por coisas mortas
disseminando mentiras e pecados pelas paredes de meu quarto
piranha
que odeia o verão
goza sempre na mesma posição
e encara o espelho sem medo do que pode encontrar dentro de seus olhos
fluorescentes de ácido de festas passadas
garota bonita
que nunca me beija na despedida
mas deixa seu cheiro na vista
é que ontem
pra fingir que eu não tava triste
tomei um porre de coca com uísque
e conheci outra Jhenifer
que transa como depravada
e tem um rabo gigante
pra tentar impressionar escondi meus defeitos de bêbado
e de novo me joguei num abismo
a vida se faz de dor também
de sonhos perdidos
traumas, dívidas e vícios
mas a gente vai disfarçando nossos desesperos
com sexo, drogas ou religiões
o calor infernal que engana
enquanto festejo o verão
de braços dados com um deus pagão
bebendo
fodendo
pois morrer aos poucos requer paciência
e todo domingo ou é samba
ou futebol
ou é rave
pra fingir que eu não tava triste
tomei um porre de coca com uísque
e conheci outra Jhenifer
que transa como depravada
e tem um rabo gigante
pra tentar impressionar escondi meus defeitos de bêbado
e de novo me joguei num abismo
a vida se faz de dor também
de sonhos perdidos
traumas, dívidas e vícios
mas a gente vai disfarçando nossos desesperos
com sexo, drogas ou religiões
o calor infernal que engana
enquanto festejo o verão
de braços dados com um deus pagão
bebendo
fodendo
pois morrer aos poucos requer paciência
e todo domingo ou é samba
ou futebol
ou é rave
foi no primeiro dia de março
numa tarde morna e calma
que te provei temperada
pela primeira vez descobri seu seio marrom
suas marcas imprimidas pelo sol
meu riso besta e dissimulado
rezei pra te perder
só pra depois te procurar entre os segundos frenéticos dos ponteiros
guardei suas besteiras pra te ver depois
e te chupei como se fosse manga
te senti como se fosse um fado
pesado e bem cantado
salivei como animal
me desculpei pelo mal que ainda nem te causei
admirei tua beleza primaveril
ardida e sem um pingo de razão
uma luz efêmera brincando com meu coração
ouvi dizer que ela não mora mais no bairro
que seu cachorro morreu
fiquei sabendo que se apaixonou por ai
que escreveu num muro que eu era corno e viado
que ela agora gosta de mulheres e
de cocaína também
que andou perguntando de mim
soube que ela mudou a cor de seu cabelo
que ainda deixa marcas de beijo com batom nos espelhos
que bateu o carro na Bady
que frequenta os mesmos bares que ia comigo
que as vezes ela chora
que ainda me odeia sem querer
me disseram que ela passou um tempo sem sorrir
e que hoje seu sorriso parece um pedido de socorro
um flerte com o desespero
que ela nunca mais se entregou por inteiro
disfarçando a tristeza que te causei com ácido nas raves de domingo
eu me lembro bem das tuas minúcias
dos seus truques
da sua malícia
ainda transo bêbado com aquela amiga
e torço pra que o carnaval seja eterno
que seu cachorro morreu
fiquei sabendo que se apaixonou por ai
que escreveu num muro que eu era corno e viado
que ela agora gosta de mulheres e
de cocaína também
que andou perguntando de mim
soube que ela mudou a cor de seu cabelo
que ainda deixa marcas de beijo com batom nos espelhos
que bateu o carro na Bady
que frequenta os mesmos bares que ia comigo
que as vezes ela chora
que ainda me odeia sem querer
me disseram que ela passou um tempo sem sorrir
e que hoje seu sorriso parece um pedido de socorro
um flerte com o desespero
que ela nunca mais se entregou por inteiro
disfarçando a tristeza que te causei com ácido nas raves de domingo
eu me lembro bem das tuas minúcias
dos seus truques
da sua malícia
ainda transo bêbado com aquela amiga
e torço pra que o carnaval seja eterno
Imagem: Malcolm Librury
André Rocha, 30 anos. Criminoso auto de data. Coleciona problemas na justiça e paixões repentinas. Cachaceiro desde sempre, protegido de Exu. Era pra te morrido em 2009 mas por chacota do destino sobreviveu. Autor do livro Suzana Sem Calcinha Na Calçada De Paralelepípedos, Editora Carranca