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Ilustração: Joana X. |
A água crua doava-se
O sono acasalava-se com o fim da vela
Mimos de mãos entrelaçavam-se, e só
Estalido de esperança regrava-se com as estações
A espera sabia-se ditosa, sem pressa
O parto no lençol de casa se hospedava
A letra se demorava enquanto rangia realidade
A pausa cumprida, languidamente, não conhecia prescrição
Ovos em ninho descoberto ao acaso eram festa
A familia não se postergava e as coisas se cumpriam
Havia um silêncio ditoso que vergava o sol, e isso se ouvia
Nesse tempo, a vida era à vista, sem dívida
e o futuro estava no ventre do passado –
cria-se.
Alexandre Filordi é autor dos livros de poesia: A caixa de desserventia (Ed. Leitura Crítica) e Bocoió(Ed.Patuá). Mantem o blog de poesia: bocoio.wordpress.com .