ROJOS – JANDIRA ZANCHI

 
Ilustração: iStock. wildpixel

 

enredos retorcidos nos fios frios destemperos
temperados nas moradas maviosas de marés noturnas


creio que o fulgor amarelo dos dias desabitados esvanecem
 crus e sólidos – arruinados –  mambembes requisitados
em suas deixas madeixas deixados ao lado fronte dessa ponte
pontificados pontífices alumbrados
                                desastroso o processo processual perímetro


pacificado meu rumor de lentilhas labores lestos prestos


a cor desse santo é mesmo em branco alvor do horizonte
por onde permeia a carne carnificina carmim alvorada
desses pássaros rojos – carmim desavisado sangre salgado


os rios que percorrem as fronteiras dessas cordilheiras
de luz e sombra e almíscar e fatos e quadros
                                                                      e nenhum preparo
já que só ao corredor corrimão da vida e suas estreitas agonias       cabe a flor de lótus e lutos
com que enlutamos de preto e anis os muros
que circundam as luas de brandura e benzidas rezas
das marias lentas e descompassadas


formosuras destemperadas no alvará
         – certeiro  –
 bravio de luta e lótus.


JANDIRA ZANCHI

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