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Ilustração: Gilad Benari |
Livre é o vento.
Humanos, nascemos escravos:
do pensamento,
símbolos e signos,
da solidão dos abismos,
das sombras do efêmero.
A prisão das máscaras
não vale a vilania das covas.
Entre as trevas da linguagem
e a iluminura dos versos,
apenas a ferocidade da carne
e a brevidade das horas.
Cá estamos,
ébrios até os ossos,
remoinhos, cegos e loucos,
remando de encontro
aos rochedos do mundo…
Parir um verso no abismo
com sílabas secretas,
tangidas pela demência do mundo.
Eis o delírio do poeta.
A palavra migra no enigma
das aves, rumo ao fogo,
ao precipício.
No caos do abandono,
o uivo dos fonemas
assombra o ocaso.
E o poema, náufrago insubmisso
à tirania das águas,
rasga os mares cegos da escrita.
(A Schopenhauer)
No pensamento, vulcões em fúria.
No sangue, ácido e lamúria.
Sua espada, um substantivo,
a poesia e o verso subversivo.
Os olhos ávidos, a alma ferida,
o desencanto, a filosofia vã,
o assombro, o enigma da vida,
ocaso que prescinde do amanhã.
Peregrino sem rumo nem brilho,
aprisionado na rotina das horas,
bípedes fúteis em busca de exílio.
A galope em selvagem carência,
Rumina angustias pelo mundo:
Escravos da humana indigência.
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Obrigado pela força, minha amiga!
Digo o mesmo, Wagner,bem vindo!