O sebo – Poema de Gabriel Goldman

O sebo

Nas estantes podres de cupim
de um sebo mausoléu
encontram-se fantasmas:

Autores esquecidos,
livros seborreias suicidas
que ninguém se atreveu a ler

ao menos o título,
a orelha
— o fim.

Autores vivos
que já morreram há anos:
Poeta comedor de ovo cozido.

Livros que já se leem sozinhos
por tamanha carência
de um leitor.

Óh, santo sebo às traças
que abre às…
Não tem hora para abrir,
mas sim, — Já estamos fechando!

G.Goldman

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