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ILustração: Barbu Constantin |
Há pedaços
de mulher pelo mato.
Há carrapatos e
ruínas de galpões
que outrora foram
insuficientemente importantes
e agora
nem isso mais são.
*
Há toda a diferença
entre o que é só uma descida
e o que já se tornou
uma queda.
Não sei dizer
se essa
velocidade acelera
tanto quanto
a gravidade.
*
O elevador se move
tecnológico,
novo.
Com amortecedores,
silenciadores de perigo.
Quanto mais quieto,
mais grave.
Ocultamento
violento e suave.
*
A vertigem
de um refluxo
é meu estômago
sem peso,
querendo ter
permanecido lá em cima.
*
O quarto subsolo não fica
no hemisfério polar.
Mas a noite cai
às quatro da tarde
e o dia
mal sobe às duas.
*
Nasce o dia sem nascimento.
Nasce o dia
como uma emenda
e se nada se encerra
não há recomeço.Há pedaços
de mulher pelo mato.
Há carrapatos e
ruínas de galpões
que outrora foram
insuficientemente importantes
e agora
nem isso mais são.
*
Há toda a diferença
entre o que é só uma descida
e o que já se tornou
uma queda.
Não sei dizer
se essa
velocidade acelera
tanto quanto
a gravidade.
*
O elevador se move
tecnológico,
novo.
Com amortecedores,
silenciadores de perigo.
Quanto mais quieto,
mais grave.
Ocultamento
violento e suave.
*
A vertigem
de um refluxo
é meu estômago
sem peso,
querendo ter
permanecido lá em cima.
*
O quarto subsolo não fica
no hemisfério polar.
Mas a noite cai
às quatro da tarde
e o dia
mal sobe às duas.
*
Nasce o dia sem nascimento.
Nasce o dia
como uma emenda
e se nada se encerra
não há recomeço.Há pedaços
Isabela Sancho nasceu em Campinas, em 1989. Integra o corpo de poetas do portal Fazia Poesia e segue o Curso Livre de Preparação do Escritor na Casa das Rosas. É autora e ilustradora dos livros de poemas As flores se recusam (Editora Patuá, 2018 – finalista no Prêmio Literário Glória de Sant’Anna 2019, Portugal) e A depressão tem sete andares e um elevador (Editora Penalux, 2019). Ainda em 2019, terá sua primeira plaquete publicada pela Editora Primata e seu terceiro livro pela Editora Urutau